...SEU QUADRO "QUARTO EM ARLES"
A imagem do quadro “Quarto em Arles” pintado por Van Gogh, não está aqui, só para provocar a imaginação através da descrição do pintor.
Encontrei a descrição num trecho da comunicação de Bjarne Sode Funch, “Tipos de Apreciação Artística e Sua Aplicação na Educação de Museu”, comunicação apresentada na Conferência Educação Estética e Artística - Abordagens Transdisciplinares, realização na Fundação Calouste Gulbenkian em Setembro de 1999.
É uma descrição feita por Van Gogh, numa das cartas enviadas para seu irmão Theo.
“Tive uma nova idéia na minha cabeça e aqui está o esboço dessa idéia... desta vez é simplesmente o meu quarto, só que aqui a cor tem a ver com tudo e, dando através da sua simplificação em maior estilo às coisas, pretende aqui sugerir descanso ou sono em geral. Numa palavra, olhar para o quadro deverá descansar o cérebro, ou antes, a imaginação. As paredes são violeta pálida. O chão de azulejos vermelhos, a madeira da cama e as cadeiras são um amarelo de manteiga fresca, os lençóis e as almofadas são de um limão azul. As portas lilases. E é tudo - não há nada neste quarto com os estores corridos. Os traços largos da mobília, de novo, tem de expressar sossego absoluto. Retratos nas paredes, um espelho, uma toalha e umas roupas. A moldura - uma vez que o quadro não tem branco - será branca. Isto em forma de represália pelo descanso forçado que me vi obrigado a ter. Voltarei a trabalhar nisto de novo o dia inteiro, mas compreende-se como é simples a concepção. A tonalidade e as sombras projetadas são suprimidas, o quadro está pintado em traços livres e lisos como as gravuras japonesas...”
Fonte:
FUNCH, Bjarne Sode. Tipos de Apreciação Artística e Sua Aplicação na Educação de Museu. In.: Educação estética e artística: abordagens transdisciplinares. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. p.114.
Estores são cortinas que se enrolam e desenrolam por meio de mecanismo apropriado. Retirado do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
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